sábado, 19 de junho de 2010

Fim de ano lectivo…

(Artigo Publicado no Jornal Viver a Nossa Terra – Edição Julho 2010)

As portas das salas de aulas, cúmplices de gerações que entram e saem com angustias e alegrias, preparam-se para o merecido descanso.

As aulas terminaram e as férias chegaram para os alunos do ensino básico.

O final do ano é sempre momento de balanço e reflexão, há sonhos que se realizaram, há etapas que se concretizaram, há frustrações que aconteceram e esperanças que se alimentam.

Os mais novos desenham no seu pensamento as fantasias de sempre e depositam expectativas no próximo ano… os mais velhos concretizam ou adiam as suas…

Que mais será o fim do ano lectivo?

Essa é uma questão que só cada um sabe a resposta mais ajustada, porque certas estão, certamente, todas.

De uma coisa estou convicto – é um momento esperado e aguardado por todos!

Mas o que trouxe esta reflexão à rubrica foram mesmo as “portas da sala de aula”. Portas que se abriram e fecharam a sonhos e conhecimentos, a alicerces da civilização e da sociedade, a solidificações ou aquisições, também estas discutíveis, de competências.

Portas que testemunharam esforços conseguidos ou autênticos epitáfios… é assim… e por lá passam gerações, gerações de homens e mulheres que conseguem vencer na sociedade, gerações de homens e mulheres que ajudam os outros a vencer na sociedade, gerações de homens e mulheres vencidos na sociedade.

Como é possível se todos passam nas mesmas portas?

Injustiça da sociedade? Injustiça da criação? Enfim, a vida!

Nem todos passam da mesma maneira nas mesmas portas! Alguns entram já vencedores, outros como vencidos… Culpa de quem? De quem entra ou de quem os aguarda dentro dessas portas?

Quero acreditar que a culpa é do que se faz ou não se faz dentro das ditas portas…

A forma como se ouve, acolhe, sente, apreende ou como se refuta o ‘entre portas’ é, parece-me, a pena que traça a liberdade a que alguns teimosamente chamam de destino.

Como é possível no meio da racionalidade, da objectividade de quem busca o científico, de quem refuta, muitas vezes um pensamento mais humanista, moral ou metafísico, em nome do real, só por achar que só é real o que é palpável. Pois é… a resignação face ao futuro, a fraqueza de quem não acredita nas suas forças e que torna o amor irreal, porque não é palpável…

Quem não entende a grandeza do Criador, nunca saberá o tamanho da  sua pequenez!

 

Miguel Maia