segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Dias que correm


(Editorial Jornal Viver a Nossa Terra - setembro 2012)
Após as merecidas férias voltamos com a edição de setembro do VNT. Os dias que correm exigem uma reflexão profunda sobre o que acontece e onde nos levará condução dada às nossas vidas. 
No entanto, consideramos extremamente delicado refletir sobre tal condução, pois, se por um lado nos parece uma condução imprudente, que manifesta inexperiência ou simplesmente, reveladora de uma vontade de viver emoções fortes, típicas de uma juventude, quem sabe, irresponsável, por outro lado, corremos o risco de que a mudança de condução exija a contratação de outro motorista, o que também tememos.
Certos estamos que tal forma de guiar os nossos destinos gerou descontentamento de milhares de pessoas que saíram à rua, bem como fez soar vozes de todos os quadrantes da sociedade. Uma coisa estes condutores podem estar certos: - Ninguém fica indiferente à sua passagem!
Todos espera(mos) conhecer as consequências desta passagem, e, bem podemos afirmar, fazemo-lo com a espera(nça) de melhores ventos, pois a poeira está a tornar-se insuportável, mesmo num país de gente habituada a anti-histamínicos. Quem o tem dito somos nós, todos os portugueses que reafirmamos que com mais peso arreamos.
Congratulamo-nos com medidas que tentam aliviar as pessoas ou grupos no sentido de os capacitar para a viagem a que se propõem fazer, como recentemente foi noticiado que a nossa Câmara Municipal isenta para o ano de 2012 as pequenas e médias empresas da derrama para aquelas que em 2011 não ultrapassaram os 150 mil euros em volume de negócios (a derrama incide sobre o lucro tributável das pessoas coletivas, sendo a sua taxa fixada anualmente, pelos municípios, no valor máximo de 1,5%).
O que queremos é que toda esta discórdia acerca da condução de que falamos não se transforme numa guerra de Titãs tal como ocorreu na mitologia grega, onde os Titãs estão entre a série de deuses que enfrentaram Zeus e os deuses olímpicos na sua ascensão ao poder. É tempo de se acabarem com as ‘politiquices’ partidárias e fazer Política a sério.
É tempo dos meios de comunicação social deixarem de ‘empolar’ as diferenças de opinião ou de as anunciar como rupturas, sisões ou cortes de relações. Será que essa gente não ouve o que eles próprios dizem? Querem que os outros antes de tomarem decisões avaliem as consequências das medidas a que se propõem decidir, como diz Belmiro de Azevedo, mas são incapazes de perceber que eles próprios não medem as consequências dos seus anúncios, das suas manchetes, das suas notícias...
Que estes tempos sirvam para aceitarmos que com ‘casmurrices’ não vamos lá. Aprender que há alturas em que mais vale vergar que quebrar. Todos lemos a história constatando que os momentos delicados surgem quando os condutores das nações não foram capazes de compreender que a condução que praticavam estava desenquadrada? Só não muda quem não tem a humildade necessária para ser tido como valente. 
Precisamos de valentes! Aprendamos a construir na diversidade, assim venceremos a adversidade.