quarta-feira, 2 de abril de 2014

Regresso ao Blog de Autocaravana


O facebook muitas vezes substitui a escrita no blog, mas, de facto, não é a mesma coisa.

A leitura no facebook é muito mais superficial, o que torna a sua escrita, por vezes, menos cuidada e, quem sabe, menos profunda.

No entanto, senti a necessidade de cá voltar. Não só para inserir novos temas e elementos no meu Diário de Bordo, mas para que fique o registo da partilha das minhas novas experiências.

A mais recente aquisição familiar, a Ramona (assim batizada por nós por antítese à carrinha que deu origem ao nome, pois nela obtemos a sensação de Liberdade) tem-nos proporcionado excelentes experiências.

Penso que, decorridos um pouco mais de 5000Km ao volante da mesma, é altura de partilhar algumas experiências.

Curioso foi ver assinalado no mapa por onde rolamos nesses últimos 3 meses. É lindo ver o mapa a pintar-se desta maneira no dia em que mais de 44.000 mapas de Portugal foram pendurados nas paredes das salas de aulas de inúmeras escolas, desde o primeiro ciclo até ao final do ensino secundário, e tanto públicas como privadas onde se procura explicitar que Portugal é praticamente só mar. Portugal é Mar, o título do mapa, evidencia que 97% do país é mar.


Uma coisa posso concluir: ainda me resta muito para conhecer neste 3% de terra...

Nunca, como agora, tive o privilégio de, com a família, ter um contacto tão direto com o meio. Ouvir a chuva durante a noite a cair a centímetros de distância, e sentir nesse palmo que separa o nosso conforto das intempéries naturais a fragilidade típica da construção de uma autocaravana e, ao mesmo tempo, sentir que a felicidade também está aí.

Quem ainda pensar que o luxo de uma construção insonorizada é o melhor, só o acha até ao dia em que se dispa de preconceitos e se aproxime do que verdadeiramente é importante.

Nunca tomei o pequeno-almoço, ou o almoço ou o jantar em locais tão belos e de forma tão simples e barata. Nunca ouvi os sinos da igreja, que constituem as insónias da minha cara metade, soarem tão perto dos meus tímpanos. Acordar ao som das gaivotas que pousam quase sobre nós.

Como não podia deixar de ser e para testar o material onde tínhamos aplicado o nosso dinheiro, rumamos por terras de Espanha em busca de uma instância de Esqui, pois o João estava sedento de neve. Assim aconteceu.


Para combater as tarde chatas em que temos de ir trabalhar quase debaixo de tempestades, rolamos até ao sul para aproveitar as piscinas interiores do único parque de campismo 5 estrelas em Portugal.

E pelo caminho, pelo caminho ficou o mais importante! – Ficaram as nossas paragens, passeios, dormidas, refeições, descobertas, enfim – AS NOSSAS VIAGENS.

É assim que continuo a afirmar que o que quero é ser um viajante, jamais um turista!