quarta-feira, 2 de abril de 2014

Regresso ao Blog de Autocaravana


O facebook muitas vezes substitui a escrita no blog, mas, de facto, não é a mesma coisa.

A leitura no facebook é muito mais superficial, o que torna a sua escrita, por vezes, menos cuidada e, quem sabe, menos profunda.

No entanto, senti a necessidade de cá voltar. Não só para inserir novos temas e elementos no meu Diário de Bordo, mas para que fique o registo da partilha das minhas novas experiências.

A mais recente aquisição familiar, a Ramona (assim batizada por nós por antítese à carrinha que deu origem ao nome, pois nela obtemos a sensação de Liberdade) tem-nos proporcionado excelentes experiências.

Penso que, decorridos um pouco mais de 5000Km ao volante da mesma, é altura de partilhar algumas experiências.

Curioso foi ver assinalado no mapa por onde rolamos nesses últimos 3 meses. É lindo ver o mapa a pintar-se desta maneira no dia em que mais de 44.000 mapas de Portugal foram pendurados nas paredes das salas de aulas de inúmeras escolas, desde o primeiro ciclo até ao final do ensino secundário, e tanto públicas como privadas onde se procura explicitar que Portugal é praticamente só mar. Portugal é Mar, o título do mapa, evidencia que 97% do país é mar.


Uma coisa posso concluir: ainda me resta muito para conhecer neste 3% de terra...

Nunca, como agora, tive o privilégio de, com a família, ter um contacto tão direto com o meio. Ouvir a chuva durante a noite a cair a centímetros de distância, e sentir nesse palmo que separa o nosso conforto das intempéries naturais a fragilidade típica da construção de uma autocaravana e, ao mesmo tempo, sentir que a felicidade também está aí.

Quem ainda pensar que o luxo de uma construção insonorizada é o melhor, só o acha até ao dia em que se dispa de preconceitos e se aproxime do que verdadeiramente é importante.

Nunca tomei o pequeno-almoço, ou o almoço ou o jantar em locais tão belos e de forma tão simples e barata. Nunca ouvi os sinos da igreja, que constituem as insónias da minha cara metade, soarem tão perto dos meus tímpanos. Acordar ao som das gaivotas que pousam quase sobre nós.

Como não podia deixar de ser e para testar o material onde tínhamos aplicado o nosso dinheiro, rumamos por terras de Espanha em busca de uma instância de Esqui, pois o João estava sedento de neve. Assim aconteceu.


Para combater as tarde chatas em que temos de ir trabalhar quase debaixo de tempestades, rolamos até ao sul para aproveitar as piscinas interiores do único parque de campismo 5 estrelas em Portugal.

E pelo caminho, pelo caminho ficou o mais importante! – Ficaram as nossas paragens, passeios, dormidas, refeições, descobertas, enfim – AS NOSSAS VIAGENS.

É assim que continuo a afirmar que o que quero é ser um viajante, jamais um turista!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Semana da Deficiência


No Jardim de Infância de Cedões - TROFA resolvemos fazer um livro para assinalar esta data.

Numa das aulas foi contada a história original e depois os alunos fizeram o registo da mesma.

Para fazermos o livro utilizamos os desenhos feitos por dois alunos da turma e a história escreve-mo-la com recurso a pictogramas utilizados na comunicação de alunos com NEE.

Vejam aqui...



segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Partilhando... na nossa terra.

Recentemente, com o pretexto de descobrir mais uma geocache bem cá perto desloquei-me, em família, ao Moinho de Vento.



Por incrível que pareça, a quem vem de outra freguesia do concelho, há muita gente em Ribeirão que não conhece este local. Não é algo que se aplique exclusivamente aos ribeirenses, pois há testemunhos de quem pratica desportos como o btt, de que já passaram por este local várias vezes e o mesmo lhe passou despercebido...

A vista sobre a Vila é soberba.
Só com este propósito já se efetuaram 100 visitas a este local à data deste post.

Ficam alguns testemunhos que... dizem o que eu penso!

Os testemunhos são muitos, retirei apenas alguns.
(por uma questão de manter a privacidades das pessoas foram retirados os nomes dos autores dos autores dos comentários)



"Um local conhecido já de infância, e com pena que nunca ter visto este monumento ser reconstruido sendo um marco histórico da vila...
Também é triste ver o mau estado que se encontram as bermas dos caminhos que rodeiam o monte, em que, mesmo com o "limpar Portugal" determinadas pessoas não são capazes de se sensibilizar a esse facto e conseguir manter o local limpo."


Feita com Mota

TFTC
- junho 2012

---
"Tantas vezes já lá passei de bike e nunca vi que lá existia um moinho...
Quando lá cheguei, foi fácil encontar a cache, pois ela estava completamente à vista.
Está a precisar de manutenção.
Parabéns.


H. - junho 2012

---
"É pena ver o único moinho de Ribeirão neste estado..."

OPC - maio 2012

---

"Bastante disfarçado na vegetação... Quem passa quase não se apercebe da construção."

N. - maio 2012

---

"Gostei do moinho, já lá passei algumas vezes e nunca o tinha visto."

S. - maio 2012

---

"Esta cache foi uma surpresa. "que local mais estranho para um moinho de vento" pensámos nós. Quando lemos a hint, pensámos que a cache não estaria no moinho, quando de facto está. Apesar da cache estar num buraco "natural" do moinho, faria mais sentido po-la fora do mesmo. É uma estrutura admiravel."

tftc - fevereiro 2012

---

"Após uma caminhada desde a igreja com a lumia, lá fomos procurar esta cache que eu ainda não tinha encontrado.
É uma pena o moinho estar em ruinas. Gostaria de o ter conhecido com o seu esplendor de outrora."


TNLN -  dez. 2011


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Dias que correm


(Editorial Jornal Viver a Nossa Terra - setembro 2012)
Após as merecidas férias voltamos com a edição de setembro do VNT. Os dias que correm exigem uma reflexão profunda sobre o que acontece e onde nos levará condução dada às nossas vidas. 
No entanto, consideramos extremamente delicado refletir sobre tal condução, pois, se por um lado nos parece uma condução imprudente, que manifesta inexperiência ou simplesmente, reveladora de uma vontade de viver emoções fortes, típicas de uma juventude, quem sabe, irresponsável, por outro lado, corremos o risco de que a mudança de condução exija a contratação de outro motorista, o que também tememos.
Certos estamos que tal forma de guiar os nossos destinos gerou descontentamento de milhares de pessoas que saíram à rua, bem como fez soar vozes de todos os quadrantes da sociedade. Uma coisa estes condutores podem estar certos: - Ninguém fica indiferente à sua passagem!
Todos espera(mos) conhecer as consequências desta passagem, e, bem podemos afirmar, fazemo-lo com a espera(nça) de melhores ventos, pois a poeira está a tornar-se insuportável, mesmo num país de gente habituada a anti-histamínicos. Quem o tem dito somos nós, todos os portugueses que reafirmamos que com mais peso arreamos.
Congratulamo-nos com medidas que tentam aliviar as pessoas ou grupos no sentido de os capacitar para a viagem a que se propõem fazer, como recentemente foi noticiado que a nossa Câmara Municipal isenta para o ano de 2012 as pequenas e médias empresas da derrama para aquelas que em 2011 não ultrapassaram os 150 mil euros em volume de negócios (a derrama incide sobre o lucro tributável das pessoas coletivas, sendo a sua taxa fixada anualmente, pelos municípios, no valor máximo de 1,5%).
O que queremos é que toda esta discórdia acerca da condução de que falamos não se transforme numa guerra de Titãs tal como ocorreu na mitologia grega, onde os Titãs estão entre a série de deuses que enfrentaram Zeus e os deuses olímpicos na sua ascensão ao poder. É tempo de se acabarem com as ‘politiquices’ partidárias e fazer Política a sério.
É tempo dos meios de comunicação social deixarem de ‘empolar’ as diferenças de opinião ou de as anunciar como rupturas, sisões ou cortes de relações. Será que essa gente não ouve o que eles próprios dizem? Querem que os outros antes de tomarem decisões avaliem as consequências das medidas a que se propõem decidir, como diz Belmiro de Azevedo, mas são incapazes de perceber que eles próprios não medem as consequências dos seus anúncios, das suas manchetes, das suas notícias...
Que estes tempos sirvam para aceitarmos que com ‘casmurrices’ não vamos lá. Aprender que há alturas em que mais vale vergar que quebrar. Todos lemos a história constatando que os momentos delicados surgem quando os condutores das nações não foram capazes de compreender que a condução que praticavam estava desenquadrada? Só não muda quem não tem a humildade necessária para ser tido como valente. 
Precisamos de valentes! Aprendamos a construir na diversidade, assim venceremos a adversidade. 



sábado, 14 de janeiro de 2012

Só é pena o preço…

 

Fantástica inveção para quem tem a mobilidade reduzida. mobilidade

Trata-se de um mecanismo que permite a um indivíduo com paraplegia andar.

Trata-se de umas placas que se prendem nas pernas com articulações motorizadas e sensores de movimento, e uma mochila para sustentar o computador que controla o aparelho e a bateria que deve durar cerca de três horas e meia.

Pena mesmo são os cerca de US $ 100.000 necessários para a compra.

Porque não adaptar à educação especial?

Mais um gadget interessante para os amantes da precisão, mais concretamente do golf, onde o aperfeiçoamento é palavra de ordem.

Porque não adotar este gadget a que tem limitações físicas?

Pode ser instalado num iphone ou ipod touch e o sistema mede o tipo de tacadas, ângulo de impacto, e tempo, comparando-os contra os nossos amigos amantes da modalidade Smile

Fantástico :)

Será que a sociedade não podia dedicar mais forças na construção de aplicações deste género aplicadas à educação especial?

Chama-se iPING Putter App e é uma aplicação grátis, só tem de comprar o clip para prender ao taco,

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Sabat, uma origem

Artigo Publicado no Jornal Viver a Nossa Terra – Dez de 2011

Nesta época de Natal em que os valores cristãos aparecem, muitas vezes, esquecidos, dando lugar a interesses comerciais duma sociedade inconformada, dou por mim a pensar nas nossas origens enquanto sociedade e cultura.

Certamente, não faltarão reflexões sobre os valores essenciais do Natal cristão, por essência. Talvez, por isso, me pareça interessante recordar a origem do cristianismo, enquanto religião e, mais abrangente, enquanto cultura na génese de uma europa fragmentada.

Todos sabem que o Sabat é um dia sagrado para o povo judeu, mas talvez nem todos saibam o que muitos judeus fazem nesse dia.1

O Sabat judaico começa ao pôr do sol de sexta-feira e prolonga-se até ao pôr do sol de sábado.

No início desse dia os homens (todos os indivíduos do sexo masculino que tenham realizado o Bar Mitzvá, festa em que os meninos atingem a ‘maior idade’ religiosa) vão à Sinagoga, enquanto as mulheres e as crianças ficam em casa a preparar as refeições para o Sabat.

Após a celebração religiosa em que são necessários pelo menos 10 homens (miniam) para a sua realização, não sendo necessária a presença do rabino (figura correspondente, com as devidas diferenças, ao sacerdote católico), os cavalheiros vão para os seus lares, para junto da sua família celebrar o sabat.

É assim que dão início a um dia de pleno em família, sem dispersões nem distrações.

A televisão é, em muitas casas, desligada para dar lugar ao diálogo em família, à leitura e à oração, durante o dia de sabat.

Aqui é o ponto de partida da minha reflexão. Será que não devias pensar nisto?

- Quantos de nós aguentariam um dia inteiro em família? Sem televisão? Sem café? Sem computador, internet ou telemóvel?

- Será que a família não ocuparia o lugar de pilar na vida de cada um? Será que assim não evitaríamos muitos dos problemas cuja resolução ocupam grande parte da nossa vida?

Sim, é verdade que os judeus celebram dessa forma o Sabat e não é por isso que deixam de ter problemas. Mas será que se adotássemos um pouco do hábito de visitar a família e estar em família não resolveríamos muitos dos nossos problemas? Sim, lembro-me de idosos abandonados, outros sós a viverem em casas sobrelotadas, de pais que não conhecem os filhos e de filhos que não respeitam os pais?

Lembremo-nos que o nosso domingo tem uma ligação muito íntima com o sabat.

Se tentarmos fazer uma analogia entre os dois vamos ver que conseguiríamos, sem grandes dificuldades, identificar uma lista de diferenças, mas se ao mesmo tempo tentássemos ver o que têm em comum, necessitaríamos de fazer um esforço muito maior.

É verdade que Jesus assinalou, Ele próprio, um conjunto de tradições e vivências do sabat dignas de serem abolidas, mas creio que fortalecer a instituição família é algo que nos enriquecia a todos.

Em sentido lato, isto é ecumenismo!

Isto também é Natal!

Bom ano 2012 para todos.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Novas mentalidades... Precisam-se!

Artigo Publicado no jornal Viver a Nossa Terra – outubro 2011

Escuso-me a apresentar as razões pelos quais falamos e ouvimos falar na necessidade de emergirem novas mentalidades pelas náuseas que os motivos e as causas me provocam. No entanto, não posso ficar indiferente aos paradoxos cometidos por muitos que o defendem em nome dos novos tempos, das novas exigências e, sobretudo, das novas dificuldades.

Continuo a não compreender como é que esses senhores, que ganham milhões, continuam a achar que não vemos as coisas e que não pensamos sobre elas.

É quase uníssono nacional a defesa de que o povo português precisa alterar os seus hábitos. Com frequência ouvimos (pseudo)intelectuais que, à custa do nosso dinheiro, conhecem este mundo todo, (e agem como se conhecessem também o outro) remeterem para hábitos quotidianos de outros países da europa como exemplos a seguir por nós.1

De que falo? Falo de coisas muito simples como desenvolver hábitos de mobilidade diferentes do carro particular para deslocações que, aparentemente, não o justificam. Falo por exemplo do cultivo de uma cultura que promova o convívio entre as pessoas na rua, sem terem de andar a sustentar uma sociedade consumista. Falo de práticas como os piqueniques em vez de uma ida ao restaurante, etc, etc.

Agora eu pergunto a esses senhores como querem que andemos a pé ou de bicicleta, sim porque essas são as alternativas muitas vezes apresentadas, se não temos o mínimo de condições para o fazer? E sabem, meus senhores, de que falo? Falo, sobretudo, das vossas medidas de contenção da despesa...

Esperam, certamente, ser aplaudidos ao adotarem esse plano austero, mas enganam-se, aplaudiríamos outras!

Não podemos aplaudir quem não constrói passeios para os peões, mas quer que as pessoas andem a pé! Não podemos aplaudir que essas pessoas que agora aparecem com um discurso angelical digam que não o fazem porque não há dinheiro quando construíam autoestradas em paralelo! Mas afinal cultivaram a utilização dos carros ou promoveram a prática de andar a pé?

Não podemos aplaudir cortes na iluminação pública quando sabemos que isso vai fragilizar a segurança dos nossos lares e atentar à nossa integridade física enquanto utilizadores da via pública! Deixavam os vosso filhos virem a pé da escola numa estrada sem iluminação e sem passeio??? Talvez os faróis dos topos de gama por nós pagos, conduzidos pelos vossos motoristas enquanto falais ao telemóvel, não vos deem oportunidade de pensardes nestas coisas...

Não podemos aplaudir essas medidas quando, paralelamente, observamos construções, remodelações e inaugurações de edifícios públicos com milhares de euros gastos em gigantes condutas de climatização, sabendo vós mesmos, que não haverá dinheiro para por as referidas máquinas a trabalhar, Não teria sido preferível apostar numa construção sólida e térmico-acústica eficaz que alimente a poupança alongo prazo? Não é isso que fazemos nas nossas casas?

Não temos dinheiro? Quem o gastou? Como querem que as pessoas alterem os seus hábitos quando a vossa cultura do betão inviabilizou todas as iniciativas promotoras de hábitos de vida saudável? Vemos os nossos parques infantis às escuras! Vemos os edifícios construídos como se a manutenção dos mesmos fosse para ser pago por um país rei de petróleo!

Incentivam-nos a gozar o que temos cá dentro, a passear pelo que é nosso e até para atravessar uma simples estrada no Gerês, sim património que é nosso, nos obrigam a pagar uma portagem!

Dizem: - É preciso pôr o povo a poupar! Nós não sabemos fazer outra coisa! Experimentem viver com 1.000€ mês e vejam se não necessitam de poupar! Os portugueses não sabem fazer outra coisa!!! Já não falo dos que têm de viver com menos. Nós não estavamos sobre endividados, sim nós, aqueles que produziam neste país. Agora se iremos ficar? Aí já não digo nada! Com as medidas que V. Ex.as estão a tomar... Quem contava com um orçamento de X ao fim do mês e agora se vê privado disso... quem gastava Y nas suas despesas e com os aumentos desmesurados tem de gastar Z... ai agora não sei se o dinheiro em grande parte dos lares vai chegar para todos os compromissos assumidos.

O que querem? Subsídio-dependentes? Nós não queremos depender disso! Queremos trabalhar, ganhar dinheiro, pagar as nossas contas, educar os nossos filhos e ser felizes!

A grande questão para mim é:

Quem gastou, afinal, mais do que o que podia?

Mudar de mentalidade? Quem?

Será que algum, dos comuns dos portugueses recebe subsídios para viver noutra cidade para trabalhar? Sim! Nós queremos é emprego, não subsídios! Haverá alguém, que não seja no exercício de um qualquer cargo público, que, com ordenados de milhares de euros, obtenha recebimentos para ‘representações’ ou subsídios para alugar casa em Lisboa? E pedem-nos a nós que efetuamos os nossos descontos e sustentámos uma carga fiscal insuportável que poupemos?

Mudar mentalidades? De quem?

terça-feira, 27 de setembro de 2011

“DAI A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR”

Artigo publicado no jornal ‘Viver a Nossa Terra’ de Setembro de 2011

Acontecimentos recentes fizeram com que desse por mim a pensar no paradoxo causado por algo que sempre defendi – AUTOMONIA.

Enquanto educador sempre vi neste comportamento o objeto último da educação e daquilo que constituía a competência que eu queria ver concretizada em cada um dos meus alunos. Como pai é exatamente esse o meu anelo!

Quanto me vejo à frente de um projeto deparo-me com a mesma aspiração – AUTONOMIA. Quando esta não existe vejo castradas muitas das minhas ideias e inviabilizados alguns dos meus anseios, pois, o sistema não permite…Autonomia

No entanto, dou por mim a pensar: - Mas afinal quem é que tu conheces que conquistada essa autonomia ou tendo-a recebida de forma gratuita, consegue fazer uma boa gestão da mesma?

Para mim boa gestão da mesma é pôr esta ao serviço para o qual foi gerada. Se pensarmos na origem da autonomia, geralmente, está o ideal de se servir melhor alguém, de dar uma resposta mais ágil e em tempo útil às necessidades de um grupo.

O antónimo de autonomia é a dependência, quer seja de uma pessoa, estado ou nação. Mas seguindo o raciocínio da gestão da autonomia como forma de dar melhor resposta e descentralizar para humanizar… aí está o âmago da questão…

Se olharmos com um olhar atento para a gestão desta quer ao nível macro, meso ou micro vamos ver que o descontentamento nos assombra a perspetiva. Alguns poderão pensar que o reflito só por causa do lugar que se questiona para Portugal dentro da economia da Comunidade Europeia, ou por causa dos acontecimentos recentes na Madeira, ou de gestão autárquica levada a cabo por alguma fação, ou até mesmo pelos acontecimentos recentes que colocam os diretores das escolas de costas voltadas para o ME por causa das colocações de professores, a ver-se pelas manifestações marcadas para os próximos dias.

Não, faço-o por tudo isso. – Sabem porquê? Porque vejo muitas vezes a autonomia a servir para tudo menos para ser o agente ativo da voz do comum cidadão. Sim, esse que motivou o poder central a delegar funções e poderes. O que vejo é um conjunto de pessoas a servirem-se dessa autonomia para iniciarem o ditado ou o monólogo, daquilo que se pretendia que fosse uma forma, mais próxima, de se conseguir um bom e frutuoso diálogo.

Porque é que até a dita autonomia ser conquistada nós agimos em grupo, como equipa, de forma dialogante, cooperante e depois… é um autêntico Triunfo do Porcos?

Será que o cidadão não era mais ouvido quando o poder central detinha o poder de decidir sobre certos assuntos? Pelo menos sei de uma coisa, podia não ser ouvido, mas pelo menos os pares falavam, agora não o podem fazer porque quem tem de os ouvir está demasiado perto…

Não gostávamos que a União Europeia não deixasse Portugal chegar ao ponto que chegou? Não gostávamos que o estado tivesse impedido que os bancos possibilitassem o endividamento das famílias? Não gostávamos que o estado auditasse e regulasse as contas da Madeira? Concordamos que numa oferta de emprego em que existe uma lista de graduação uma escola só porque se chama de TEIP possa colocar regras em que a única que parece válida é a de não existir ética, verdade, transparência e justiça? E é neste paradoxo que penso, autonomia, antítese de dar voz ao desconhecido para ligar os holofotes aos mesmos… Dai a César o que é de César…

Com que direito é que o dinheiro de todos serve os interesses de alguns muito particulares? Sim, é disso que se trata, do direito de todos face aos interesses de alguns! É de promiscuidade que se trata! É o mandar de forma cega, contra tudo e todos, sem ter ouvido nenhum. É de um em vez do colegial. Resultado? Mudam-se os tempos… mudam-se as vontades.

Não se trata, para mim, de se sair à rua e incendiar lojas ou carros como está a acontecer na Grécia, mas acho que se trata de todos lutarmos por aquilo que são os nossos direitos e esses não os pedirmos nem mendigarmos de joelhos, mas exigirmos com todas as nossas forças!

Trata-se de fazermos com que a democracia seja exercida. De travarmos as pequenas tiranias e autoritarismo que são, muitas vezes, o motivo do nosso desconsolo, aquilo que nos vitima de forma mais mordaz, pois é a mais letal pela proximidade e, por isso, a mais eminente e cujos efeitos são instantâneos. Talvez esse seja o grande trunfo dos tiranos… por serem instantâneos e imprevisíveis, na maior parte das vezes, deixam-nos sem resposta.

Meus amigos, lembrem-se de quem os colocou no lugar que ocupam… para que é que foram delegados ou eleitos… e… “Dai a César o que é de César” Mt 22, 21.

sábado, 17 de setembro de 2011

Travel Event Touratech 2011–Avis

Como é do conhecimento geral, nos passados dias 2, 3 e 4 de Setembro realizou-se em Avis mais um

Travel Event organizado pela Touratech Portugal.segundo_cartaz_iii_sm

travel_flyer

 

 

 

 

 

 

 

Desta vez não podia deixar de ir. De facto é um encontro de verdadeiros viajantes Smile

Tenda na mota, roupa para 3 dias (pouca claro) e tudo aquilo que se deve levar numa viajem foi o que procurei levar. Pude sentir, dessa maneira, o cheiro de uma grande viajem.

DSCN1396DSCN1397

Umas paragens para vestir impermeável, pois a chuva em Coimbra era mesmo muito forte, mais umas para tirar impermeável, acrescentando outras para umas fotos, ocuparam a minha calma, solitária e reflexiva viajem.DSCN1401

Para quem não sabe o que quero dizer com ‘reflexiva’ … experimente!

Uma visão diferente do rio Tejo fez-me parar e marcar o momento.

De seguida, só mesmo registar os momentos indescritíveis proporcionadas pelas peculiares estradas alentejanas e, pela minha saudosa EN245, onde o horizonte parece infindável, aleado a uma nostalgia de felicidade que parece não terminar, tal como o limite das linhas que demarcar a pista… A natureza é a nossa companhia e o som do motor a nossa cascata. Fantástico mesmo!

DSCN1403                                        DSCN1405

Chegado ao Parque de Campismo de Avis, muito bonito e ainda melhor localizado é tempo de fazer o chek-in e levantar os doc.s

DSCN1437                           DSCN1438

Depois… montar a tenda! Tudo seria rápido se os senhores que embalaram a tenda (a estrear sem ter sido montada antes… aprendam a lição e nunca façam isso) tivessem colocado os ferros próprios da tenda, mas não, acharam que deveriam enriquecer a minha aventura e… simplesmente colocaram ferro que não eram de lá SmileÉ óbvio que o escuteiro (escuteiro uma vez, escuteiro para sempre - como dizia o meu amigo Mons. Américo) e o canivete suíço saem sempre bem na fotografia… a tenda é que nem por isso Smile A noite caiu sobre nós e o jantar… esse ficou para o outro dia.

DSCN1418                          DSCN1419

O 2º dia em Avis foi rico em partilha de experiencias, em análise das máquinas que ornamentavam os espaços e, como não podia deixar de ser, um lindo passeio Turístico.

DSCN1439DSCN1445DSCN1446DSCN1447DSCN1448DSCN1449DSCN1451DSCN1452DSCN1453DSCN1454DSCN1455DSCN1456

A companhia do amigo Queirós tornou o fim-de-semana ainda mais interessante, um grande viajante e… ainda maior ser humano Smile

No 3º dia não podia deixar de experimentar o WTC, que não conquistou, por sinal, as minhas maiores simpatias, mas deu para enriquecer a experiência off roud e tirar algumas fotos.

DSCN1478DSCN1479DSCN1480DSCN1490DSCN1492DSCN1481DSCN1482DSCN1485DSCN1491

Grande fim-de-semana!!!