quarta-feira, 20 de junho de 2007

Médicos de doentes terminais a favor da eutanásia


a seguir ao aborto... o que esperávamos?


Na edição de hoje o Público publica uma notícia com o título "Médicos de doentes terminais a favor da eutanásia".
Segundo a notícia o inquérito é feito a 450 médicos portugueses e cerca de 40% mostram-se a favor da eutanásia. O Público cita mesmo o professor catedrático e ex-presidente da Entidade Reguladora da Saúde, Rui Nunes dizendo que "Há uma percentagem de médicos que lidam com a morte que entende que a eutanásia é quase um direito civilizacional dos cidadãos". É de saber que a mesma notícia faz saber que Rui Nunes é contra a Eutanásia, mas é a favor da realização de um referendo apelando mesmo o Sr. Ministro a incluir esta questão na agenda política do Governo na próxima legislatura.


Como cristão não estou nem sou insensível a esta questão da doença terminal, mas julgo que a resolução do problema talvez esteja na abertura de novas esperanças a estes doentes por parte do sistema nacional de saúde e não na extinção de pessoas que 'incomodam' e não, numa sociedade egoísta, nos trazem mais-valias.


Quanto aos referendos…


Preparemo-nos que os próximos tempos não se denunciam fáceis, no dia seguinte em que o Vaticano publica os '10 mandamentos da estrada' e mostra estar atento aos problemas da sociedade.


3 comentários:

Os Professores disse...

Olá Miguel. Antes de mais muitos parabéns e votos de sucesso neste blogue que tem um cunho que muito me agrada :)
Engraçado que hoje não me apercebi desta notícia, sobre a eutanásia - unicamente falaram de médicos objectores de consciência na questão do aborto! Mas continuando, este tema da eutanásia já pecava por atrasado. Em tempos falava com a Lia, logo após o referendo sobre a IVG, que o próximo passo que não tardaria muito seria o da MMA (morte medicamente assistida).
É- me difícil ter uma opinião, porque se por um lado o doente sofre e deseja ver findado esse sofrimento (suicídio?!) por outro lembro-me de uma notícia que apareceu há tempos em que dizia que na Holanda(país civilizado) os mais velhos estavam literalmente a fugir para a Alemanha, porque a ganância dos filhos é tanta, que tinham medo que conseguissem um parecer médico para que se lhes aplicasse a MMA. Mesmo estando plenos das suas capacidades.
E ao nosso país, com a mesma velocidade que se legislou sobre a IVG, certamente se legislaria para uma morte prematura de um idoso (que tem cargos para os filhos e para o Estado que se prepara para deixar de ser um estado de previdência tal como nos querem fazer crer)...Enfim!
Virei cá mais vezes para opinar qualquer coisa :)))

cambralenta disse...

Deixo aqui apenas uma opinião pessoal. Salvo algumas reservas em termos comparativos, considero a eutanásia do mesmo modo como a pena de morte! E nestes dois casos não cabe a nós a escolha de quem fica por cá em sofrimento, pois, a partir do nascimento o sofrer faz parte de cada um...

disse...

No público de hoje também vem lá este alerta:
"Embora seja liminarmente contra
a legalização da eutanásia,
António Vaz Carneiro, membro
do Conselho Nacional de Ética
para as Ciências da Vida, não se
mostra chocado com o facto de
haver colegas seus que trabalham
com doentes terminais que sejam
a favor da descriminalização da
eutanásia. “Quem toma conta
de doentes com diagnósticos
muito desfavoráveis acaba
queimado por dentro”, observa,
sublinhando que “os médicos
oncológicos ficam esgotados
afectivamente, sendo aqueles
que apresentam também mais
problemas psicológicos e de
relacionamento”.
Uma das razões que levam Vaz
Carneiro a assumir-se contra a
descriminalização da eutanásia
é a confiança que deve existir
entre médico e doente. “Nunca
gostaria que algum doente meu
me visse entrar num quarto de
um hospital e pensasse duas
vezes se eu o ia curar ou matar”,
afirmou ao PÚBLICO, assinalando
que a resposta que o sistema de
saúde tem de dar aos doentes
terminais passa por garantir uma
assistência adequada. “Hoje em
dia temos cuidados paliativos
adiantadíssimos e é isso que se
deve implementar para que o
doente não sofra ao ponto de pedir
para terminar com a sua vida. O
doente que nos pede para morrer
é um doente cuja assistência
médica falhou por completo”,
argumenta aquele clínico.
Consciente de que a questão da
eutanásia vai entrar mais cedo
ou mais tarde na agenda política,
António Vaz Carneiro admite
que se trata de um “problema
muito complexo que exigiria
uma “profunda reflexão” no
domínio da ética e da bioética em
Portugal. Mas insiste que, para
os doentes que sofrem de dor
crónica e violenta, “a obrigação
ética, técnica e profissional dos
médicos é proporcionar cuidados
decentes, dignos e eficazes”. M.G.
Estes cuidados paliativos é que fazem falta. Mas os nossos sucessivos governos têm outras prioridades.
O tema é muito complexo.
Mas, como no aborto, eu não me sinto no direito de escolher quem deve ou não morrer.
Mas também não gostaria de me encontar na circunstância de ter de decidir.